quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PERCAM AS ESPERANÇAS OS QUE QUEREM O FIM DA CRIMINALIDADE NO BRASIL

A imensa maioria das pessoas se recusa a ver, mas a raiz principal da criminalidade no Brasil não é outra coisa senão a cultura da violẽncia, seja física, seja psicológica. A violência é endeusada e incensada em cada mente dos 200 milhões de brasileiros que existem, desde antes de nascer até o fim da vida. Louva-se a violẽncia em tudo que é lugar, desde na criação dos filhos (e não é outra a causa da rebelião entre os pais contra a lei da palmada) até no fim da vida, com o desprezo e abandono total aos familiares mais velhos no fim da vida, dentro e fora de casa. Tudo por aqui tem uma forma simples de se resolver: porrada, faca e tiro. Desentendimentos no trãnsito, chinelo no lugar errado da casa, ciúmes entre marido e mulher, desobediẽncia infantil e adolescente, briga de vizinho, troco no bar, na padaria, esbarrão na festa, tudo, absolutamente tudo se resolve com estas três formas.
Um das manifestações mais evidentes desta cultura egoísta da violẽncia é justamente a criminalidade. Está na cabeça de boa parte da população que a forma mais eficaz de resolver isto é pegar aqueles que tem cara de bandido, invarialvemente preto, pobre e favelado, de porta em porta, colocá-los todos em fila e meter uma bala na nunca de um por um ou tocar gasolina e fogo que pronto, viveremos todos felizes para sempre. Quando isso não é possível, então manda-se fazê-lo indiretamente através das forças de segurança pública, polícia, guarda municipal, exército etc, dando-lhes apoio total e irrestrito em qualquer ação deles, não importando o quê ou como agem, apenas exigindo-se que o número de mortos seja alto o suficiente para satisfazem a sede de sangue, o que significa tipicamente uns 2 ou 3 por dia (taxa de mortalidade normal da segurança pública por aqui) ou, em casos excepcionais, de 30 a 111, como em rebeliões de presídio,por exemplo, Carandiru, invasões de morros etc.
Evidentemente que aqueles atingidos por isto, até alguns instantes atrás fãs incondicionais da mesma ação policial, reagirão com exatamente a mesma cultura da violẽncia à maneira deles, isto é, chacinas de policias como em 2006 orquestrada pelo PCC, assaltos cada vez mais sanguinários e violentos, execução de vítimas no cativeiro pelo puro prazer de vê-las derrubadas no chão desfiguradas, tomando champagne enquanto estoura a cabeça do gerente com a doze na frente da filha de 5 anos, entre outros. Então, a mesma população, que louva os esquadrões da morte, justiceiros, a violência policial, exigirá mais violência por parte da polícia, então a polícia vai lá cumprir os desejos de quem lhes paga o salário, os bandidos aumentarão ainda mais a violência e o ciclo jamais terá fim.
Esta é a razão de por quê o Brasil ser líder absoluto em violẽncia sobre todas as formas, não apenas na criminalidade propriamente dita, mas também na violẽncia doméstica contra crianças, contra mulheres, contra homossexuais, negros, no trânsito, na família, na convivência social etc. E esta é a razão desse minha certeza: em vez de medidas que cortem o que alimenta a cultura de violẽncia, como colocar em prática as medidas previstas no estatuto da criança e do adolescente, no código penal, medidas para ressocializar as pessoas e fazê-las comportarem-sem civilizadamente como na Holanda ou na Suécia, não, a opinião pública e os que a alimentam exige a revogação imediata dos dois e sua substituição por novas leis ainda mais duras. Em outras palavras, mesmo vendo diante de seus olhos o completo fracasso da mentalidade de se combater violência com mais violência, ignoram solenemente os números e exigem ainda mais violẽncia, esperando no fundo de seus corações que venha magicamente o paraíso com estas medidas. Não vejo absolutamente ninguém, mas ninguém mesmo falando tal coisa na grande mídia. Dá a medida exata do quanto a cultura da violência é algo absolutamente normal e parte da paisagem por aqui. Portanto, esqueçam qualquer arrefecimento da violência, especialmente da criminalidade alta que temos, não passa de um sonho totalmente irreal e impossível de acontecer, não há qualquer possibilidade de ela diminuir nem no curto, médi ou longo prazo. Tudo que temos que fazer, como diz o Facção Central: "é que todos naufragem no dilúvio de sangue, porque só assim se realiza o espetáculo do circo dos horrores".

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